quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

The Help: Changes begins with a whisper.

Creio que nunca assisti uma obra tão visceral quanto “The Help”, do diretor Tate Taylor. Por diversas vezes senti aquele nó na garganta e os olhos empapados em lágrimas. Pouca coisa me sensibiliza tanto quanto demonstrações espúrias do quão vil e subumano pode ser a pequenez das pessoas, com gestos e ações segregadoras, diferenciando-nos pela cor da pele. Estou falando do recorte de um cenário de cinco décadas atrás, mas que – até hoje – manifesta-se das mais variadas formas. A trama se desenrola na década de 60, focando no ponto de vista das cuidadoras afro americanas que trabalhavam com famílias brancas; o ônus que carregavam pelo simples fato de nascerem negras.  

Às vezes evito assistir filmes com altos teores reflexivos/imersivos devido a premente necessidade de autoanálise. Quero apenas um momento de distração, alguns efeitos especiais bonitos e coisas do gênero. Mas é vital, de tempos em tempos, entrar em contato com o desconforto. Tal lembrança me remete ao texto do Theodor Adorno “Educação após Auschwitz” e seu pedido para que jamais percamos de vista nosso potencial destrutivo. É através desse árduo exercício, impingindo constrangimento, consternação, revolta, etc. que condutas dotadas de empatia e alteridade possam surgir ou serem fortalecidas.

Recomendo esse exercício de humanização.

The Help (2011)